Sobre os Idos de 80
Em uma semana ausente de explosões criativas, o máximo que tenho feito é publicar aqui textos dos outros.
Hoje, um texto muito bem feito de Luis Fernando Veríssimo, quer dizer, espero que seja dele pois há um monte de textos soltos pela rede que levam seu nome e, na verdade, não o são... pelo menos achei parecido com seu estilo de escrever. Procurei a origem do texto no Google mas em nenhuma ocorrência se usa o nome do livro, jornal ou revista em que tenha sido publicado originalmente. Se alguém souber, por favor...
Que preguiça de escrever!
Acho que vou dar um tempo.
Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje!
Quando éramos pequenos, viajávamos de carro, sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag!
Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial... Nem data de validade...
E tinham também aquelas bolinhas de gude... Que vinham embaladas sem instrução de uso.
A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada!
Que horror! A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção...
E passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã.. A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore...
E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos
a resolver os problemas SOZINHOS!
Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o
dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde
estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo. Não existiam os celulares! Incrível!
A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos
quebrados e dentes moles dos tombos!
Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado.
Você lembra destes incidentes?
Janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...
Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos e roxos...
E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes,
chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir...
A gente comia muito doce, pão com muita manteiga...Mas
ninguém era obeso... No máximo, um gordinho saudável... Nem se falava em colesterol...
A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!
Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV à cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet...
Tínhamos, simplesmente, amigos!
A gente andava de bicicleta ou à pé. Íamos à casa dos
amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos... Sozinhos, num mundo frio e cruel...Sem nenhum controle!
Como sobrevivemos?
Inventávamos jogos... Com pedras, feijões ou cartas...
Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso!
Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos!
No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... Um tal de óleo de rícino!
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série.. Que horror!
Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano mesmo.
As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora... Correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho...
As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro.
Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos as regras!
Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e incrivelmente nenhum deles foi preso por isso!
Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "NÃO".
A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que íamos ao supermercado ou shopping...
Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa...
Por incrível que pareça... Nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos
tudo o que gostaríamos, que queríamos...
Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas...
Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências...
Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...
E não é que aprendemos a resolver tudo?... Sozinhos... Se você é um destes sobreviventes...
Luís Fernando Veríssimo
Nostálgico pra burro.
Hoje, um texto muito bem feito de Luis Fernando Veríssimo, quer dizer, espero que seja dele pois há um monte de textos soltos pela rede que levam seu nome e, na verdade, não o são... pelo menos achei parecido com seu estilo de escrever. Procurei a origem do texto no Google mas em nenhuma ocorrência se usa o nome do livro, jornal ou revista em que tenha sido publicado originalmente. Se alguém souber, por favor...
Que preguiça de escrever!
Acho que vou dar um tempo.

Quando éramos pequenos, viajávamos de carro, sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag!
Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial... Nem data de validade...
E tinham também aquelas bolinhas de gude... Que vinham embaladas sem instrução de uso.
A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada!
Que horror! A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção...
E passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã.. A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore...
E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos
a resolver os problemas SOZINHOS!
Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o
dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde
estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo. Não existiam os celulares! Incrível!
A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos
quebrados e dentes moles dos tombos!
Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado.
Você lembra destes incidentes?
Janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...
Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos e roxos...
E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes,
chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir...
A gente comia muito doce, pão com muita manteiga...Mas
ninguém era obeso... No máximo, um gordinho saudável... Nem se falava em colesterol...
A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!
Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV à cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet...
Tínhamos, simplesmente, amigos!
A gente andava de bicicleta ou à pé. Íamos à casa dos
amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos... Sozinhos, num mundo frio e cruel...Sem nenhum controle!
Como sobrevivemos?
Inventávamos jogos... Com pedras, feijões ou cartas...
Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso!
Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos!
No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... Um tal de óleo de rícino!
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série.. Que horror!
Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano mesmo.
As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora... Correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho...
As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro.
Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos as regras!
Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e incrivelmente nenhum deles foi preso por isso!
Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "NÃO".
A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que íamos ao supermercado ou shopping...
Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa...
Por incrível que pareça... Nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos
tudo o que gostaríamos, que queríamos...
Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas...
Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências...
Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...
E não é que aprendemos a resolver tudo?... Sozinhos... Se você é um destes sobreviventes...
Luís Fernando Veríssimo
Nostálgico pra burro.
Esse cara fala "nós viviamos...", fale por ele mesmo pois garanto que mesmo os nascidos no mesma época que esse cara não se identificam plenamente com tudo desse texto.
ResponderExcluirUma vez um babaca da minha idade me disse que não tive infância só porque não pulei muros e corri atrás de pipa como na infância medíocre de moleque de rua dele. Imagina se ele tivesse escrito um texto desses, apesar de sermos da mesma geração eu não ia me identificar em quase nada.
...quanto rancor, meu Deos.
ResponderExcluir