Quando a vida se torna interessante

Finalmente vou resumir os acontecimentos da semana passada. Ainda que interesse a poucos, a mim me interessa muito e este blog continuará sendo absoluta e egoísticamente meu!


Estava de volta à Penha. Mochila mais cheia, pronto para uma estada mais longa.

Dia seguinte, o primeiro de muitos outros acordando cedo, fui com Bernô até o metrô Conceição, no belo prédio do Centro Empresarial do Aço onde, entre outras instalações, ficava a área administrativa de uma empresa farmacêutica.



Bernô: A cara de pentelho foi proposital, claro.

Me lembro bem da Maria Betânia e sua filhinha, Letícia, que ainda nem chegou. Tenho ainda guardado seu cartão. Também a Natália, que insistiu muito até levar um nikayou com a Fifi, sua poodle preta. Voltaríamos às outras unidades da empresa nos próximos dias, inclusive nos arredores de São Paulo.

Bomfim, que praticamente não dorme, teve que acordar cedo e encontrar comigo no metrô Tatuapé, só para me levar alguns metros fora da estação, no ponto de táxi, onde minha carona iria passar! Valeu, cara... lidar com caipiras na cidade grande deve ser mesmo dureza!
Num corsa prata, cheio de bichinhos de pelúcia e um adesivo da Luluzinha atrás, fui com a Flaviane, motorista muito experiente até o gigantesco Colégio Dom Bosco...? Droga, algo me diz que o nome não era esse. Sei que ficava em Moema mas, mesmo depois de várias buscas no Google, não consegui me lembrar...



Que seja, era uma mostra cultural, com stands da livraria Jeito de Aprender, além dos stands dos próprios alunos sobre música, anos 80, dinossauros, etc. Não posso esquecer de mencionar as duas simpáticas senhoras que também foram com a gente no carro, demonstrar um pouco mais da cultura japonesa no evento: Seisei Fujima Yoshisei e Fujima Yoshio, dançarina de Kabuki, dança tradicional da qual eu não sabia nada!


procura-se este banner.

Logo me acomodei ao meu cantinho no salão. As pessoas se aproximavam timidamente, como todo primeiro dia em eventos – aprendi agora – mas logo a fila foi se formando e, ao fim do dia, eu praticamente só havia desenhado crianças!
Foram duas horas aquele dia, com um pequeno intervalo em que acabei me alimentando só com um pastel tamanho A-5...
Conheci o palhaço Marmelada que me deu de presente um nariz profissional (!), mas eu quase não consegui fazer seu nikayou que foi só um esboço... saímos com bastante pressa de lá e acabei deixando para trás o banner da JS! (Ei, Shin, alguém já foi buscar? Hehehe, acho que não.)



Domingo, dia 9, o esperado evento: Bazar Okinawa com a comunidade japonesa da província ao Sul do Japão na Vila Carrão.
Conheci a simpática Tammy, prima da Paty (namorada do Shin à qual fui rapidamente apresentado mas já percebi, observando tanto uma quanto a outra, que o sorriso é marcante nas garotas de Okinawa!). Também o Jair, professor de Nihongo que ainda não sei se desenha também.
Conheci o Douglas, vulgo “Yuuji”, professor de mangá há alguns anos na JS que estreava seus cabelos roxos no evento e, de quebra, duas alunas suas: Carol e Letícia da qual tive o prazer de ver alguns de seus desenhos e a garota tem muito potencial. Só não sei por que cargas d'água não tirei foto nenhuma...

Na volta para o Mocó, tivemos que nos separar pois não havia espaço no táxi para todos, mais uma mala, uma bolsa enorme, três mochilas e dois porta-banners que quase não couberam também e foram com parte para fora da janela!


Segunda, às 6h a madrugada, foi difícil levantar – Bernô que o diga! Hehe.
Seguimos da Penha para encontrar com o Douglas no metrô Santa Cruz e, de lá, para Campo Limpo, de ônibus.


MASP... caso alguém não saiba.

Quase uma hora e quarenta minutos lá dentro, conheci de perto o trânsito de São Paulo e vários pontos turísticos pelo caminho que só havia visto em livros e pela TV como o Monumento às Bandeiras, o Parque do Ibirapuera, o MASP, o salão do Jassa, onde o Silvio Santos corta o cabelo, eu acho! Hahaha.
Sentados nos últimos bancos, assim que o motorista conseguia uma brecha, disparava a correr e acabou pulando algum buraco, quase derrubando do banco um pobre velho ao nosso lado... O tio ficou indignado, coitado.


vida dura do mangaká brasileiro!

Em Campo Limpo, conhecemos o Cesar T. Ikko, organizador do Animecon, seu filhinho Ian e esposa, Luciana Miyuki – talento de cair o queixo! Me enchia de auto-vergonha a cada página virada do seu portfólio, e tive que avaliar meu atual jeito de trabalhar.
Os eventos dos próximos dias seriam em Taboão da Serra, Jandira e Itapecerica da Serra. Ainda pude conhecer mais sobre o Cesar, o saudoso fansubber Lum’s Club, do qual foi o fundador, seus peixes de água salgada, seu mangá Alluria, desenhado por grandes desenhistas (garotas) como Rafaela Ryon, Juliana Rumi e o conteúdo de sua própria esposa, Miyuki, etc.
Estar na Japan Sunset já está me levando a conhecer pessoas de nomes facilmente reconhecíveis da minha adolescência, que me ajudaram, mesmo que indiretamente a conhecer o universo dos mangás e animês.

Na volta, destino Paraíso, conheci a avenida paulista, meio Nova Iorque. Achei o maximo: prédios históricos, calçadas mais largas que o meu quarto!



Compartilho minha admiração e empolgação com o Douglas, mas me senti, mais uma vez, como um belo dum caipira! Fomos até a escola na travessa da Tutóia, algumas ruas abaixo, forrada de mangás, onde ele se esconde.


Bernô: parece estar de castigo mas só tomando uma água.


Voltei para a Penha com o Bernô. Ambos capengando de sono!
E chovia.



Quarta, dia 12, uma folga. Finalmente me sentei para pôr as idéias em palavras desde o meu primeiro dia na equipe. Bernô foi sozinho para Jandira – uma boa distância!
À noite, num surto repentino, comecei a arrumar toda a casa, partindo do 1º andar e fui até depois da meia-noite. Não pensei nas conseqüências que teria no dia seguinte: não só sonolento mas cansado também!


Seria uma quinta-feira cheia de atividades, mas o Shin foi bem legal ao não me impor encargos nesse dia. Foi um dia de lazer e fui, no máximo, um assistente no seu workshop de mangá.



Estava em cartaz a Exposição “Monteiro Lobato em Mangá - Sítio do Pica-Pau Amarelo”, da Japan Sunset no andar térreo do tradicional Edifício Altino Arantes, prédio do Banespa, atualmente do Grupo Santander. Foi a primeira vez que passei por ali e nunca havia visto um labirinto de edifícios como aquele.





Visconde, assustando a molecada.
Mais tarde, levaria um tapão no chapéu de um garotinho revoltado (ehehehe).



Shin apresentou o workshop básico de mangá: construção da cabeça. Eram crianças carentes que também estavam ali pela primeira vez. Alguns nos surpreenderam com sua força de vontade mas a maioria delas tinha dificuldades para acreditar em si mesmas e ao menos tentar desenhar. Espero que um dia todas esqueçam seu passado difícil e superem suas dificuldades e descobrindo o que gostam de fazer.

Depois de um lanche muito bom e uma longa pausa no 25° andar, ao lado da biblioteca, fomos almoçar no centro de SP.
Shin me mostrou a região do Anhangabaú, o Edifício Altino Matarazzo, prédio da Prefeitura, o viaduto do Chá, o Shopping Light, o Teatro Municipal, e vários monumentos históricos espalhados por ali, como o monumento a Antonio Carlos Gomes e o Condor, aquele do dedo já gasto pelos amantes desesperados que passam por ali, na Praça Ramos de Azevedo...

Nos encontramos com a Paty e, depois de almoçar, voltamos ao prédio do Banespa, visitar a torre. 32º andar mais dois lances de escada e lá estávamos com uma vista panorâmica de toda a cidade.




pular? Não, obrigado! Teria muito tempo para mudar de idéia no caminho.



e ainda iria mais alto se pudesse. Coragem é meu sobrenome... hohoho.

Foi das melhores coisas até agora. Deve ser bem legal ir a pontos turísticos acompanhado de um caipira (eu)! Hehehe.


aqui era a mesa onde os presidentes se reuniam.
Provavelmente fui filmado fotografando, sentado em local proibido.




Uma passada no museu do prédio e muitas fotos, seguimos até o bairro da Liberdade – esse eu já conhecia! Até a Estação do metrô, num lugar que eu achei o máximo, próximo ao exaustor, onde venta para valer o dia todo!


pela minha cara de besta, devia estar ventando mesmo!

Fomos esperar o Bernô, seu mestre e tutor (dá no mesmo?) Rafael Kirschner, desenhista e colorista. Mais um nome que conheci na adolescência, lendo a Ultra Jovem e a Gamers.

Início de noite, fomos ao Karaokê Box Porque Sim, onde nos encontramos com Ricardo Cruz, vocalista da banda Wasabi e cantor de anime songs, integrante honorário do JAM Project (Hironobu Kageyama, Yoshiki Fukuyama, Masami Okui, Rika Matsumoto, Hiroshi Kitadani e Masaaki Endo), além de redator e tradutor de mangás e revistas sobre mangá e animê.
O cara tem uma voz animal mas, como a ocasião era apenas para diversão, o legal mesmo foi assassinar as músicas dos catálogos! Falo por mim, claro que só me arrisquei a fazer segunda voz, mesmo, destruindo desde “Nascemos pra Cantar” de Chitãozinho e Xororó até “Livin’ On a Prayer” do Bon Jovi!


mais uma clássica dos videokês...




não parece mas eu estava contente pra burro. Apenas não consegui expressar na fotografia...

Foi uma noite ótima, depois de um ótimo dia!

No sábado, estava de volta a São José.
Acho que viciei no movimento e agora tudo aqui parece muito chato!



Próximo evento, Japan Experience. 29 e 30 de novembro no Parque da Juventude.
Até lá, então!

- Baita postagem longa!

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