Maringá do mangaká (ou um outro título melhor...)



"Adeus, minha Maringá... Algum dia eu vou voltar" - Joe Hirata tinha toda a razão em sentir orgulho de sua terra natal. Bernô e eu finalmente tivemos férias neste lugarzinho maravilhoso no noroeste do Paraná.

Saímos para 9 horas de estrada e descobri que suco de uva pode e vai fermentar no seu estômago de forma lancinante se tomar um litro dentro do ônibus...
Descobri também que um sabonete e uma toalha de rosto são suficientes para viagens curtas! E que é preciso muito pouco tempo para se apegar a uma pessoa... e quantas pessoas otimas encontrei ali.


Primeiro dia (7/8)
Penduradores de quadros...

Chegamos e, ainda com o sono atrasado, colocamos em pé novamente a exposição de quadros de Kyoto sobre as quatro estações. A ultima vez foi em Barretos.
Chegamos a cochilar, no chão mesmo, atrás do palco onde posteriormente ficaríamos.

Almoçamos no restaurante do Takao (Tasa Eventos), o Kanpai. Comi até morrer!

Fim do dia, moídos. Bernô passou mal e vomitou tripas e orgãos internos, achei que tinha pego a tal Gripe...


Segundo dia (8/8)


Que gripe que nada, Bernô já havia sarado e, finalmente, os 30 quadros estavam pendurados. Montamos nosso estande que ficou no palco do Espaço Cultural e fomos nos
sentar em algum lugar... Tivemos tempo livre antes do início do evento, ora dormindo sentados, ora desenhando de meia no chao do hall de entrada da Acema.

De repente, um grupo de japonesinhas se aproximou timidamente: eram Eiko, Yoko,
Yumi e Maizy (Mei), esta última já conhecida do último ano. Não fosse a companhia de todas elas pelos próximos dias, talvez não tivéssemos aproveitado tanto.

Mais tarde, encontramos as garotas na pista do Matsuri Dance, aquela sequência de umas 8
musicas com movimentos ordenados e repetitivos. Me propus a não me negar nada desta vez...

Foi durante a primeira noite que conheci Isabella...
Me apaixonei por uma garotinha de 9 anos.



Minha aluna de Arapongas.


No primeiro dia ela apareceu. era só mais uma garotinha pagando por seu Nikayou. chamava-se Yumi, Isabella Yumi e tinha aquele brilho nos olhos que te faz sentir muito importante.
Me contou que gostava de desenhar, então saquei logo meu bloquinho onde guardo os presentes das pessoas que encontro nos eventos.
Enquanto eu fazia seu desenho, ela começou a reproduzir uma touquinha em formato de pinguim que a gente leva para vender nos eventos e que, nesse, não vendemos nenhuma.
Depois desenhou a mim, da maneira que sabia fazer. Tinha apenas 8 anos mas já conseguia passar muito bem o que estava vendo!
Então se foi... mas voltou no dia seguinte, me trazendo sua bolsa cheia de lápis de cor, canetinhas e giz de cera.

No primeiro sábado, à noite, Bernô passava algumas lições a um professor que vinha do Japão ficar por 2 anos, Ito-sensei - e Isabella estava de volta, cheia de vontade de aprender! Foi então que resolvi tentar novamente ( vide Ei, professor!, todos já sabem que sou um desastre lecionando...). E qual não foi minha surpresa ao ver que ela aprendia muito bem, não importando o quão péssimo eu fosse ao ensinar! Quem pode resistir a este tipo de "amor incondicional"?

E Isabella voltou, todos o dias que pode, levando as lições e evoluindo a cada dia.


Os clientes, Bernô, Isabella e eu!

Já com uma cadeira cativa só dela ao meu lado, resolveu desenhar bichinhos, o que mais gostava. Logo veio seu primeiro Pikachu, primeiro Keroppi... e um especial, de quem já era fã: o Hamtaro. Quem poderia prever que ela começaria a nos desenhar desta forma? Caricatura no "estilo hamster", como ela mesma sugeriu, bem como os textos prontos que sabia repetir de cor ao ouvir de mim...

Um Bernô-hamster e um André-hamster com uma prancheta na pata. Resolvi arriscar uma prática reprovável, mas que ela mesma adorou! Lancei a oferta aos meus clientes: "Isabella te desenha como um hamster por apenas R$2,00!"
Ehehe, em pouco tempo as pessoas cederam àquele rostinho lindo e ela conseguiu sua primeira cliente! Logo a segunda e assim foram cinco numa só noite!
Se o Ministério da Criança e do Adolescente me pega, a desculpa era que a renda seria gasta em uma caixa de lápis de cor... Bom, com 8 anos eu gastaria tudo em besteira!, quem sabe...

Só sei que foi de cortar o coração saber que teríamos que nos despedir por quem sabe quanto tempo... Agradeço a seus pais, Silvia e Rogério Miura (orquidófilo, engenheiro agrônomo e produtor rural da Fazenda Nova Esperança em Arapongas), por tê-la me emprestado todos esses dias. Meu orgulho!


Continuando...

Terceiro dia (9/8)


Da esquerda para a direita: Maizy, Yoko, Yumi e Eiko - céu na terra, ehehe

Em boa companhia

O evento começou às 13h. Ainda as pessoas estavam nos descobrindo por ali.
As meninas do dia anterior apareceram para algumas horas de conversa e workshop com o Bernô. Assim pudemos nos conhecer melhor:

Eiko, prima da Mei, muito atenciosa, mesmo que não pudesse estar presente, quando estava era de verdade.
Yoko, a mais doidinha de todas, não parece haver tempo ruim para ela, me fez um Stitch muito bem feito em poucos minutos.
Yumi, sua irmã, era a mais quieta mas com um sorriso lindo. Me fez um Totoro doido. Ambas chegaram há apenas 2 anos do Japão.
Mei é muito ligada aos amigos e nos acompanhou de perto todos os dias, às vezes dias inteiros, o que nunca vou esquecer. Acabamos ficando muito próximos, construindo lembranças durante as horas que passamos juntos nos próximos dias.


Matsuri Dance: As primeiras coreografias nasceram no ACEMA (Maringá-PR) Antigamente, era chamado de Bon-odori moderno. Eu penei e passei vergonha mas faria tudo de novo!

Quarto dia (10/8)


Cara de besta...

Garimpo no sebo

Segunda-feira, dia de movimento muito fraco, talvez o mais desanimado já que nem me lembro mais de algo para contar... Ah sim! Foi nosso último dia no Príncipe Hotel, no centro, antes de irmos "morar" na Acema.
Uma busca pelos sebos locais e encontrei as volumes de 1 a 30 (sem o 29) de Slam Dunk em Japonês! Quase completo, por R$80!



Quinto dia (11/8)
Com as calças na mão: um pouco de publicidade

Logo de manhã, entrevista no Diário do Norte do Paraná. Conduzidos pela simpática Tatiane Salvático até o redator do caderno D+, Thiago Ramari, onde falamos por quase uma hora. O cara sabia conduzir a conversa sem nos constranger. Resumi minha vida em 17min. Uma pena que, dela, só as partes irrelevantes tenham sido publicadas, mas o que era importante - a divulgação do trabalho - foi feito e, na quinta-feira estávamos nas bancas.

Também chegamos a aparecer num programa de TV local, o Credencial: aqui.
Ainda bem que cortaram o que eu disse na entrevista. Fui grosso e só falei merda! Ehehehe... ainda desconfortável com as câmeras.

Sexto dia (12/8)



Construindo pontes

Nosso tão esperado passeio no centro com a Mei, nossa guia turística!
Fomos buscar sua amiga Bruna, que trabalha por ali. Me entupi de sorvete.
Descobrimos a casa de Érica Horita (Ethora): K.2 Mangá Point. Ela está no Japão, mas conhecemos Aline e Nelidy que comandam ali.

Fomos até o Pizza Hut do Shopping. Ouvi dizer que está extinta no Estado de SP... ainda bem que não é verdade - conferi agora. Achei uma delícia. Pena que nem matou a fome...



Aline e Nelidy

Sétimo dia (13/8)
Excessos e espectativas

Dormimos até o meio-dia... é o que me lembro. Depois saímos para comprar o jornal com a matéria sobre nós. O que seguiu depois foi uma tarde de frustração por isso... da minha parte, claro.

Oitavo dia (14/8)



O mais alto que puder

Bernô, Mei e eu subimos a Catedral de Maringá (Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória). 482 degraus e deixamos nossa marca para as futuras gerações de pixadores de orgãos publicos...



Nono dia (15/8)

O lucro ou as pessoas


Com a ajuda da Mei na divulgação, tivemos o dia mais movimentado e lucrativo. Encontramos Joe Hirata por ali a tempo de pedirmos alguns dos seus cds de presente atrasado de Dia dos Pais...


Décimo dia (16/8)


A dificil parte da despedida. Isabella nos trouxe docinhos da sua festa de 9
anos no dia anterior. Nos despedimos das meninas, das tias da cozinha, Ueda-san, Takao, e outros amigos que fizemos. Saímos com a Mei e Vanda, sua mãe para uma última vez no Marcelu's Pizzaria.


Bom, achei que conseguiria resumir todos esses dias de uma forma menos saudosista-melancólica-diário-de-garotinha, mas ainda estou me recuperando da falta que me faz.

Consegui! Até o ano que vem!!!


Eduardo e Verônica da banda J-Squad que tocou no sábado


D
ireto de Barretos: Edinho, Momi e sua irmã, Erica


O povo ainda com medo da Gripe...


Ueda-san da equipe de Mosaico de Arroz



Isso é arte!


Issao e Shizuko Yamamoto (Ikebana, Chawan)


O lar assombrado dos mangakas! Um dia voltaremos


Meu orgulho!


Pior que tá igualzinho...


Isso foi na segunda, com certeza!


Awwww, Mei


Meus presentes:




Comentários

  1. ahahahaha Para ser mais fidedigno nao e' Lidia Megumi ! e' Erica Horita! kkkkkkkkk

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